Os naghars, ou iakars, são mais uma das muitas espécies híbridas encontradas em Terra Brasilis. Também são chamados de povo-jacaré o povo-lagarto, mas sempre com um tom de ofensa. Sabe-se que são típicos do continente, mas outros espécies com parentescos leves já foram encontrados na Africa e na Ásia.
Durante algum tempo, considerou-se a possibilidade de parentesco entre os naghars e os boiunas, mas isso foi descartado pelos estudos do Império. Ainda assim, as semelhanças são maiores do que as diferenças. O principal ponto de atrito e o habitat comum, uma vez que os naghars são anfíbios e os boiunas sobrevivem apenas em areias escaldantes.
Mesmo precisando de água constante para sobreviver, naghars podem permanecer até três dias em ambientes totalmente secos. Depois desse período, começam a definhar. Mas alguns deles se utilizam de trajes especiais que espalham água pelo corpo em intervalos frequentes, aumentando essa janela de tempo em terra seca.

Os naghars quase foram extintos em dois períodos diferentes da história de Terra Brasilis. Na época das Primeiras Guerras Orcades, eles foram caçados e assassinados pelo valor comercial de suas peles. Elas eram utilizadas para a produção de roupas e armaduras, devido a alta resistência. Neste período, a população nativa caiu pela metade.
O segundo extermínio, este ainda mais cruel, aconteceu quando eles foram submetidos à Lei do Degredo, há pouco mais de dois séculos. Movidos pela decisão do Império, caçadores de todos os locais se empenharam em conseguir o maior número de peles, que alcançaram um grande valor de mercado. Estima-se que 90% dos naghars tenham sido mortos nesse período.
Ainda hoje, a pele de naghars vale uma pequena fortuna no mercado negro de Terra Brasilis. Mas eles aprenderam a se proteger, utilizando-se de toda a violência disponível. Ao mesmo tempo, os sobreviventes preferiram aderir ao exílio, voltando para os pântanos e lagos, onde podem se esconder com mais facilidade.