A história de Terra Brasilis é muito longa, remetendo ao período em que os povos ainda não registravam suas narrativas de forma escrita. Por esse motivo, faremos apenas um apanhando de sua história mais recente neste texto, apresentando os pontos mais importantes e decisivos para a formação da Coalizão e a para o surgimento do Império Brasiliano.
O primeiro ponto a se saber é que Terra Brasilis é um dos cinco continentes espalhados pelo planeta Terra. Em se tratando de extensão do território, perde apenas para a Ásia. Ainda assim, pela sua importância econômica e cultural, é tido como o maior de todos os continentes.
Há controvérsias sobre o primeiro povo a habitar Terra Brasilis, mas os registros fósseis apontam que os humanos, os kaiporas e os curupiras já caminhavam por essas terras há pelo menos 20 mil anos. A principal teoria aponta que vieram da África e da Polinésia durante grandes migrações e crises glaciais. Há indícios de tribos destes três povos espalhadas por toda a extensão do continente, formando desde pequenas vilas até grandes metrópoles comerciais no centro da Floresta Amazônica.
O primeiro contato entre essas raças foi pacífico, gerando boas relações comerciais, e esta paz se estendeu por muitas gerações. Novas cidades surgiram e as raças se misturaram, surgindo os primeiros híbridos entre as espécies. Com o tempo, esse tipo de cruzamento passou a ser condenado pelas três raças, que a enxergavam como um tipo de enfraquecimento.
As Invasões Orcades
A chegada dos Orcades em Terra Brasilis marcou um processo de transformação cultura que impacta o continente até os dias de hoje. Os historiadores dividiram a história mundial em duas partes, com a chegada dos invasores sendo apontada como o meio exato entre a História Antiga e a História Contemporânea. O calendário em uso em Terra Brasilis também começa a contar os anos a partir desse período.
Os orcades, também chamados de orcs em algumas regiões, são seres humanoides muito inteligentes, mas com uma forte inclinação à guerra e ao conflito. Muitos afirmam que essa forte tendencia para a violência é motivada pelos costumes tribais aos quais estão submetidos, mas este também pode ser visto como um pensamento etnocentrista e preconceituoso.

O fato é que, quando os navios orcades chegaram com milhares de soldados fortemente armados, o nativos não foram capazes de dete-los. Dessa forma, eles passaram a saquear as riquezas naturais do continente e a escravizar os povos, gerando a primeira guerra de grandes proporções nestas terras.
Foi então que humanos, curupiras e kaiporas se uniram e formaram um grande exército. O conflito que se seguiu por anos, causando a morte de milhares de nativos e a destruição de muitas vilas e cidades. Apenas em 1057 que um batalhão de curupiras e kaiporas conseguiu vencer a primeira batalha, usando armas roubadas de orcades mortos.
Em 1060, os invasores foram finalmente expulsos do continente.
Mas os orcades não voltaram para a Europa. Eles seguiram para o extremo norte do continente, onde os próprios curupiras, kaiporas e humanos não ousavam habitar, e montaram uma pequena comunidade.
Mais de um século de paz se seguiu e os povos se afastaram. Os humanos seguiram para o sul, onde criaram grandes comunidades que prosperaram. Os curupiras continuaram nos litorais e os kaiporas se embrenharam cada vez mais nas florestas intocadas. Nesse período, fizeram contato com os primeiros habitantes da raça sacire, que já habitava essas mesma florestas.
Tudo parecia bem, até o momento em que uma nova invasão orcade aconteceu. Dessa vez, eles trouxeram milhões de soldados e armas muito avançadas. A volta era prevista por algumas comunidades, mas isso não impediu que os nativos fossem pegos de surpresa.
E então mais um grande período de batalhas se iniciou. Os curupiras, assim com os kaiowás e os humanos, já haviam se esquecido do período da guerra e não formavam mais soldados em suas cidades. Não havia um exército oficial. Pela falta desta organização e com as tribos espalhadas e isoladas, milhares de pessoas foram massacradas pelos orcades, que eram fortes e organizados.
Depois de muito derramamento de sangue, o líder Amak Tulla, senhor de uma pequena aldeia de curupiras, conseguiu unir várias tribos sob uma única bandeira. Isso fez com que algumas forças se equilibrassem e os povos voltassem a reagir. Motivados pelas vitórias dos curupiras, várias tribos de humanos e kaiporas também se uniram sob uma única bandeira.

No ano de 1209, Amak Tulla organizou uma grande conferência, onde reuniu homens, curupiras, kaiporas e sacires. Dessa forma, conseguiu formar a Anan’duah, ou a Coalizão, como se tornou mais conhecida. Este grupo, que juntava todos os principais povos sob uma única liderança, conseguiu conter mais uma vez o avanço dos orcades.
Ao mesmo tempo, um período terrível se seguiu, onde nenhum dos lados tinha poder o suficiente para vencer, mas também não ousava desistir. Cidades inteiras foram destruídas e centenas de homens, kaiporas e curupiras foram escravizados, em todas as partes do continente. Até então, aquele solo nunca vira tamanha barbarie. A terra estava coberta de sangue.
Mas a força dos nativos prevaleceu e, assim como ocorrera no passado, novamente as tropas orcades recuaram, ainda que não tivessem abandonado o continente por completo. Um acordo foi assinado e algumas vilas de orcades foram permitidas pela Coalizão, ainda que muitos fossem contra essa permissão. Logo, estabeleceu-se uma vantajosa aliança comercial, onde os orcades traziam produtos e especiarias da Europa e eram pagos com ouro e recursos naturais oriundos do continente.
A Grande Traição
Por mais de 130 anos, esta aliança prevaleceu e triunfou sobre as diferenças destes povos. Mas tudo mudou em 1347, período que ficou conhecido como O Ano da Grande Traição.
Numa noite de verão, milhares de orcades chegaram do norte do continente e da Europa em navios abarrotados de máquinas de guerra e armas tecnológicas. Eles eram liderados por um poderoso mago chamado Arcthrus Endülliun, o principal representante de um movimento religioso conhecido como Santo Calvário. Arcthrus liderou as tropas orcades em uma nova investida, que pregava que aquelas terras pertenciam aos orcades por direito divino.

Ajudados pela tecnologia e pelo poder incomparável de Arcthrus, os orcades espalhavam um rastro de destruição pode onde chegavam. E não demorou muito até que eles subjugassem todos os povos e rebatizassem o continente como Tellen’Zakar, o Reino Prometido. A ocupação orcade foi reconhecida por alguns dos maiores reinos da Europa e da África. No entanto, as revoltas nativas não foram completamente destruídas.
- Você pode saber mais sobre Arcthrus e sua investida neste artigo.
O fato é que a situação só começou a mudar em 1498, quando uma comitiva de Altos Elfos aportou em segredo no continente para uma reunião com Zirka Tulla, filho de Amak III e o líder do que restara da Coalizão. Os elfos ofereceram tecnologia, armas e soldados para o contratante, em troca de terras e benefícios no novo governo que seria instaurado.
- Os Altos Elfos são um povo semelhante aos elfos, mas com diferenças sutis. Para saber mais sobre eles, clique aqui.
Eles queriam algumas terras, bem como o direito de viver livremente em Terra Brasilis. Eles também sugeriram a formação de um governo centralizado, que unisse todas as raças e pediram um lugar de destaque na administração deste governo. Muitos desconfiaram, mas não havia outras alternativas.
O acordo foi aceito e, em pouco tempo, centenas de milhares de elfos chegaram pelo mar e pelos céus, em máquinas voadores nunca vistas naquelas terras. Pegos de supresa, os orcades não tiveram tempo de organizar uma reação efetiva. As batalhas foram brutais, resultando em muitas cidades destruídas e muitas mortes.
Em 1508, as batalhas cessaram e os orcades foram expulsos de vez. Uma grande assembleia foi realizada e a Coalizão foi reestabelecida. Dessa vez, porém, os elfos assumiram um lugar de destaque. O continente é rebatizado como Terra Brasilis e dividido em nove grandes nações. Duas delas foram entregues aos elfos, como parte do acordo.
Para saber mais sobre a formação do Império Brasiliano, clique aqui.
