Com a derrota do mago Arcthrus e seus exércitos de orcades, os Altos Elfos propuseram que Terra Brasilis deveria se organizar de uma forma mais moderna, uma vez que o continente não possuía organização política formal que fosse aceita nos outros continentes. Segundo os elfos, justamente por este motivo, vários povos se sentiam tentados a invadir e se apropriar daquelas terras.
Os homens e os kaiporas, que ainda compartilhavam o sentimento de orgulho pelas vitórias nas últimas batalhas, decidiram aceitar a sugestão. Os curupiras não estavam tão convencidos, mas não puderam se opor, uma vez que haviam aceitado aquela condição quando assinaram o acordo de ajuda contra Arcthrus.
Dessa forma, uma grande conferência foi organizada, reunindo todos os povos influentes do continente. Humanos, curupiras, kaiporas, sacires, anões, boiunas e sátiros se reuniram em uma grande assembleia em São Paulo, cidade criada que já estava se tornando uma das mais importantes do continente.
Mas os problemas surgiram antes mesmo do dia do evento. Duas semanas antes da reunião, o líder curupira Zirka Tulla, filho de Amak III, foi assassinado em condições muito estranhas. A principal suspeita recaiu sobre os sacires, com que os curupiras já tinham certo desafeto.
Mas, apesar da tensão, a conferência foi realizada, surgindo assim o Império Brasiliano. O próprio nome Terra Brasilis, que já era usado há algum tempo, é oficializado nesta reunião, uma vez que o continente possuía vários nomes entre as tribos. O termo vem de “brasil”, palavra que remete à “brasa” e também à cor vermelha. Também é o nome de uma árvore muito importante para os nativos.
Os membros da conferência, por meio de uma votação secreta, elegem o Alto Elfo Caedhro Tardhasi como Imperador Interino até que uma eleição formal fosse realizada. Os curupiras não firam satisfeitos com os resultados da votação, uma vez que esperavam que o Imperador fosse alguém do povo originário do continente, mas aceitaram a decisão.

A Coalização Imperial
Para organizar o novo regime de uma maneira mais eficiente, foi formada a Coalização Pelo Império Brasiliano, que representava um tipo de República Federativa. O continente foi dividido em nove grandes nações, que possuíam autonomia política para criar suas próprias leis, mas que estavam sujeitas às decisões do Império. Dessa forma, Terra Brasilis passou a ter um Imperador, que possuía um poder superior a todos os outros governantes, e uma série de Presidentes, que governavam suas próprias nações.
Os Altos Elfos receberam Flordouro, uma gigantesca faixa de terra na região central do continente, onde fundaram várias cidades. Boa parte daquela região pertencia aos curupiras, que aceitaram cedê-la em troca de uma promessa de paz.
Os anões, que já viviam em paz nas regiões ao sul do continente também foram convidados a participar do Império. Eles impuseram suas condições e, para evitar novos conflitos e todos acataram. Assim surgiu Naruzz’gar, ou Forjafirme, na língua comum, um reino oculto nas Cordilheira dos Andes.
E assim a Coalizão sobrepujou todas as outras organizações políticas que já existiam e arregimentou a união entre as principais que vivam no continente.

Povos Livres, Peregrinos e Degredados
Com o tempo, muitas mudanças organizacionais ocorreram. Uma nova e extensa guerra se iniciou, mas dessa vez não havia um invasor. Os inimigos eram os próprios curupiras, que requisitavam melhores condições dentro do Império. A guerra terminou com a vitória do Império e com os curupiras sendo retirados da elite governante, sendo condenados ao Degredo.
- Para saber mais sobre a Guerra do Degredo e o banimento dos curupiras, clique aqui.
Nesse período, surgiu a classificação vigente até os dias de hoje, que divide as raças em três grandes grupos: Povos Livres, Peregrinos e Degredados.
Os Povos Livres são sete espécies inteligentes protegidas pela legislação que criou a Coalizão. Eles têm o direito de viver em todos as nações de Terra Brasilis, mas estão totalmente sujeitas as leis do Império. São considerados cidadãos e possuem direitos civis. As atuais raças que ocupam o posto de povos livres são: homens, elfos, anões, kaiporas, sacires, boiunas e akuras.
Os Peregrinos são imigrantes, habitantes de outros continentes que são aceitos em Terra Brasilis por algum fator comercial ou cultural. São grandes empresários, políticos ou artistas. Os elfos já foram chamados de peregrinos, mas, oficialmente, são um povo livre.
Por fim, os Degredados são povos ou raças que não possuem direitos civis dentro do continente de Terra Brasilis, mesmo sendo nativos. Eles são condenados a viver suas vidas em campos de trabalho forçado e em subempregos em redutos agrícolas. Segundo o Império, essa medida é essencial para manter a pureza de Terra Brasilis.
A organização política
O Imperador é o líder supremo da Coalizão. Abaixo dele na hierarquia, se encontram os 14 membros do Alto Conselho Imperial. E logo abaixo, encontra-se o “vice-Imperador”, chamado oficialmente de Primeiro-Ministro Imperial. O ocupante deste cargo é escolhido pelo Conselho, sendo trocado a cada quatro anos. Essa é uma forma de manter os interesses do Imperador (e do próprio Conselho) em constante equilíbrio.
Cada nação possuiu um Presidente, que é escolhido pelo Imperador e que permanece no cargo pelo tempo que ele julgar necessário. Ao mesmo tempo, cada cidade pode eleger democraticamente o seu próprio Prefeito e os membros do Conselho Municipal de Governo. Essas eleições ocorrem periodicamente, a cada quatro ou seis anos, dependendo da região.
Um detalhe incompreendido por muitos cidadãos é o fato de que o título de Imperador não é eterno e muito menos hereditário, mesmo que isso ocorra na maioria dos casos. Assim que assume o trono, o novo Imperador deve escolher seu sucessor. Este pode ou não ser um filho primogênito ou um familiar próximo. A única exigência é que seja um membro dos povos livres.
Ainda assim, por decisão unânime, o Conselho Imperial pode recusar o sucessor depois de uma sabatina, pensando no bem comum da Coalizão. O poder dos conselheiros é tão grande que eles podem, até mesmo, destituir um Imperador. Mesmo sendo um evento raro, isto já aconteceu três vezes na história recente de Terra Brasilis.
As 10 Regras Magnas
Todo o Império é regido por uma Constituição, que sofre mudanças constantes, tanto por parte dos Conselheiros quanto pelos presidentes, governadores e senadores de cada nação. Há, porém, um conjunto de 10 Regras Magnas que nunca pode ser alterado. Nem mesmo o Imperador possui autonomia para tal.
Caso algum governante tente alterar estas leis, é automaticamente destituído do poder e condenado a morte, bem como sua família e todos os que apoiavam o intento. Isso ocorreu apenas uma vez na história da Coalizão.
Confira as 10 Regras Magnas:
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- O Império de Terra Brasilis é Eterno e Inexpugnável;
- O Império de Terra Brasilis foi criado sob a permissão de Deus e não pode ser descriado por nenhuma força existente ou que venha a existir;
- O Imperador é o Líder Supremo do Império;
- O Imperador está sujeito aos termos destas Regras Magnas;
- O Alto Conselho Imperial pode destituir um Imperador, pensando no bem comum do Império;
- Todos as nações estão sob a regência do Império;
- O Degredo é uma forma legítima de segregação;
- Nenhuma raça submetida ao Degredo poderá emergir dele;
- O Degredo é uma decisão divina;
- A última instância da Lei é o Imperador.
NÓS, OS POVOS LIVRES DE TERRA BRASILIS, A FIM DE FORMAR UMA UNIÃO PERFEITA, ESTABELECER A JUSTIÇA E PROVER A DEFESA COMUM, CONCORDAMOS COM TODOS ESTES TERMOS E JURAMOS NUNCA ATENTAR CONTRA ALGUM DELES, SOB NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA, DIANTE DE DEUS.