Tumulares são criaturas irracionais e amaldiçoadas que habitam cemitérios e tumbas abandonadas, lugares esquecidos e regiões decadentes. Em geral, são seres de aspecto cadavérico, com corpos em decomposição parcial e olhos brilhantes de um verde espectral, que vagueiam silenciosamente pelos cemitérios em busca de vítimas para saciar sua sede de energia vital.
Em algumas regiões de Terra Brasilis, também são conhecidos como “Assombras”. Eles não possuem uma origem natural, formando-se apenas depois de contatos necromanciais imperfeitos. Ou seja, quando mortos são reanimados por Magos Necromantes, mas não são devolvidos ao sono eterno.
Nesses casos, a alma reanimada tenta permanecer no corpo, mas não consegue por completo. Isso desencadeia um processo de decomposição espiritual, que nunca termina e que gera grandes ataques de fúria. Dessa forma, a alma dessa pessoa se torna um fragmento do monstro, preso em um ciclo de tormento e fome. Curiosamente, nem todas as vítimas de Necromantes imprudentes se transformam em tumulares, apenas aquelas cujas almas são particularmente vulneráveis à influência sombria.

A alimentação dos tumulares é peculiar e aterrorizante. Eles não se alimentam de carne ou sangue, como muitos monstros amaldiçoados, mas sugam a energia vital de suas vítimas. Quando encontram um humano, aproximam-se silenciosamente, agarram a pessoa com suas garras pútridas e, através de um toque gélido e prolongado, drenam lentamente sua essência vital.
A vítima fica exausta, com a pele pálida e os olhos opacos, enquanto toda a sua essência é arrancada. Algumas lendas falam de pessoas que sobreviveram ao ataque, mas viveram apenas mais alguns dias, incapazes de se recuperar algo que haviam perdido.
A maioria dos tumulares habita seus próprios túmulos, mas há aqueles que foram separados de sua área de descanso e agora buscam um “novo lar”. Ainda assim, nenhum deles é capaz de abandonar totalmente o cemitério sem que seu corpo se deteriore completamente e desapareça. Ao mesmo tempo, eles são atraídas pela energia dos mortos e pelos resquícios de rituais fúnebres que não foram completados corretamente.

Cemitérios antigos e abandonados, onde o luto foi esquecido, servem como pontos de ancoragem para essas criaturas, que também absorvem a energia residual deixada pelas almas inquietas. Lugares onde foram realizadas práticas de magia necromancial ou onde os mortos foram profanados são particularmente propensos a se tornarem lares de tumulares.
Apesar de sua aparência grotesca e seu poder sombrio, tumulares também podem ser destruídos, ainda que o processo seja difícil e perigoso. A única maneira de derrotá-los permanentemente é terminar o ritual de descanso que deveria ter sido feito pelo necromante. O ritual envolve invocar o nome do falecido, aspergir sua sepultura com uma mistura de ervas sagradas, e recitar uma oração específica de libertação. O problema é que nem sempre o tumular habitará o seu próprio túmulo e a maioria deles está vagando há tantos anos que é impossível saber seus nomes.
Há outras formas de defesa contra os tumulares, embora não sejam definitivas. Objetos abençoados, como cruzes ou amuletos, podem repelir temporariamente a criatura, mas não a destruir. A luz solar também enfraquece o monstro, forçando-o a retornar às profundezas das tumbas durante o dia. Porém, durante a noite, seu poder é renovado, e qualquer enfrentamento direto sem o ritual apropriado resulta quase sempre em tragédia.
Essas criaturas tumulares são uma manifestação do abandono e esquecimento. Quanto mais um cemitério cai em ruínas, mais fortes elas se tornam.